CONTROLE
TECNOLÓGICO E DE QUALIDADE
O controle tecnológico e de qualidade se constitui na amostragem
dos serviços que estão sendo realizados além da realização de ensaios para
verificar nas diversas fases de execução, desde a seleção dos materiais, misturas
ou aplicação desses materiais, e fases posteriores.
A verificação de se os serviços estão sendo realizados atendendo
as especificações vigentes e apontadas no projeto, deve ser feita de maneira
adequada, para que seja possível corrigir em tempo hábil, as distorções ou
erros que porventura tenham ocorrido em uma determinada obra, garantindo o seu
desempenho.
O controle da qualidade dos materiais e processos de uma
construção é uma importante ferramenta para a verificação da conformidade e do
atendimento às especificações de um empreendimento. No entanto, ela não deve se
restringir somente a esta função, mas também, fornecer elementos ao construtor
e ao proprietário, que permitam, com segurança, monitorar o processo,
introduzir melhorias e reduzir custos.
O controle tecnológico engloba o conhecimento e a experiência
tecnológica, devendo ser realizado por técnicos especializados, com experiência
técnica comprovada. Porém não basta somente isto para garantir a eficácia de um
ensaio, as rotinas do controle devem ser específicas e orientadas por
normalização, requerendo dos técnicos e auxiliares um treinamento adequado e
atualização constante. O laboratório deve possuir instalações e equipamentos
calibrados atendendo os requisitos de confiabilidade.
Enquanto o controle tecnológico visa verificar se estão sendo
atendidas as especificações tanto do material como da mistura ou aplicação, o
controle de qualidade é mais abrangente, uma vez que envolve além da
verificação dos resultados dos ensaios realizados para controle, a sua
referência normativa e análise quanto ao atendimento ou não das especificações
do empreendimento, também o acompanhamento da adequação das instalações, da
devida calibração dos instrumentos ou equipamento utilizados para medição de
qualquer propriedade, dos métodos e documentação utilizados, da competência
técnica e da experiência profissional dos envolvidos, enfim, todos as
condicionantes para garantir confiabilidade e adequação aos resultados obtidos.
O controle de qualidade procura verificar de maneira sistêmica o
controle tecnológico, retroalimentando os processos, buscando a melhoria
contínua, garantindo a rastreabilidade de cada ensaio, que não permitem
anomalias originadas pela queda de qualidade dos materiais ou processos
executivos.
Os resultados de ensaio, devem ser analisados, de maneira a
verificar se estão condizentes aos parâmetros estabelecidos, verificando sua
rastreabilidade desde quando a amostra deu entrada no laboratório até a
confecção do relatório de ensaio. O laboratório deve possuir procedimento que
visem a melhoria contínua, além de fornecerem parâmetros para que através de
mecanismos utilizados pela qualidade, tais como a auditoria, seja possível
detectar quaisquer não conformidades, desenvolver-se um plano de ação corretiva
e preventiva, para evitar e prevenir qualquer não conformidade.
A atividade de controle da qualidade deve ser desenvolvida pelo
construtor ou pela fiscalização da obra, ainda que o proprietário ou seu
representante seja responsável pela supervisão da atividade.
Infelizmente, principalmente em obras públicas, esta atividade
tem sido desenvolvida somente pelo executor da obra. Não que o empreiteiro não
deva realizá-la. É importante que ele verifique tanto a qualidade dos materiais
como sua aplicação, mas não somente ele. É fundamental que a fiscalização
também exerça o seu papel avaliando a qualidade dos materiais assim como de sua
aplicação, utilizando recursos próprios, de maneira idônea.
O recebimento de qualquer etapa de uma obra deve ser embasado em
resultados concretos, em documentação que comprove a eficácia do controle
tecnológico e da qualidade. É importante que tanto o empreiteiro como a
fiscalização, desvinculem as suas verificações, para que os resultados sejam
livres de qualquer pressão e espelhem a realidade da obra.
Pelo fato de não se ter dado a importância devida ao assunto, é
que a imprensa tem destacado insucessos na execução de obras que tem apontado
para o grande vilão da história: ausência de controle tecnológico e de
qualidade adequados.
O Controle de qualidade quando exercido de maneira adequada
evita problemas patológicos da construção, bem como evita a perda prematura da
serventia de obras tais como pontes ou estruturas que devido a colocação e
fixação inadequada de sua ferragens apresentam as mesmas expostas, sofrendo
degradações quando poderiam estar protegidas se houvesse sido exercido um
controle de qualidade adequado.
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